quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Escoliose tem tratamento?

Semana passada falamos sobre os sinais aos quais os pais devem estar atentos para identificar a possibilidade de uma escoliose. Certo, e depois de se confirmar o diagnóstico, como devemos agir? Qual profissional procurar? Quais formas de tratamento? Quais os resultados alcançáveis? 

Vamos lá,

O tratamento da escoliose idiopática pode ser conduzido de duas maneiras: Tratamento conservador e Tratamento cirúrgico. 

Tratamento conservador

Em geral este tipo de tratamento é indicado para portadores de curvas menores de 40º, mas cada paciente deve ser examinado detalhadamente. O profissional que conduz esta forma de tratamento é o fisioterapeuta, ele é capaz de avaliar e prescrever adequadamente exercícios fisioterapêuticos para cada caso. A auto-correção ativa e os exercícios específicos para escoliose são os mais recomendados a serem adotados como conduta, pois já existe evidência cientifica a respeito dos efeitos desta abordagem como sendo capaz de reduzir a magnitude da curvatura escoliótica e/ou estabilizá-la.
As órteses como os coletes são indicadas para curvas maiores que 20º e são utilizadas para evitar a progressão da curva. A adaptação ao seu uso e até mesmo exercícios a serem feitos com a órtese, também são de responsabilidade do fisioterapeuta. A prescrição é feita pelo médico ou pelo fisioterapeuta.

Tratamento cirúrgico

Esta abordagem é conduzida pelo médico ortopedista e é indicada nos casos em que a curva é maior de 40-45º. Normalmente o procedimento cirúrgico envolve uma artrodese das vértebras, que significa fixar o segmento vertebral que está desalinhado em uma posição vertical através de haste e parafusos. O segmento fixado ganho um melhor alinhamento, porém perde completamente o a mobilidade e os movimentos. É importante considerar que, em alguns casos, a cirurgia é feita no início ou durante a fase de crescimento e que com o passar do tempo, com o crescimento ósseo, será preciso re-intervir.

Levando em consideração os riscos e prejuízos da abordagem cirúrgica, o tratamento conservador deve ser sempre cogitado e para se alcançar um melhor resultado o diagnóstico precoce é fundamental. 

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O que os pais precisam saber sobre a escoliose?

Assim como a progressão do ano escolar, a tendência é que as escolas desenvolvam uma triagem em seus alunos. Aqui temos alguns pontos importantes que você precisa saber sobre a escoliose para reconhecer os sinais desta doença. Escoliose é um termo que descreve qualquer anormalidade da coluna vertebral lateralmente. Quando vista de costas, a coluna deve ser reta/alinhada, quando ocorre uma escoliose a coluna se curva para um dos lados e esta alteração vem acompanhada de uma rotação e extensão das vértebras acometidas.
A forma mais comum de escoliose é a escoliose idiopática, que ocorre em aproximadamente 2% da população mundial. O Termo idiopático significa que não há uma causa conhecida que gera ou desencadeia a doença. Esta forma de escoliose, que é a mais comum, raramente é sintomática, o que dificulta o seu diagnóstico. No entanto, uma vez detectada ela deve ser monitorada por um profissional capacitado e o paciente deve ser orientado sobre os cuidados com o posicionamento nas atividades de vida diária e ainda exercícios de correção e manutenção.
O esqueleto da criança e do adolescente ainda está em crescimento e existe uma chance razoável da curvatura escoliótica da coluna piorar durante o período de crescimento. Nestes casos, o tratamento da escoliose torna-se aconselhável. A escoliose não é causada por exercícios, esportes, levantamento de peso ou a posição de dormir.
Escolioses diagnosticadas até os três anos de idade são chamadas de escoliose idiopática infantil, dos três aos dez anos escoliose idiopática juvenil e a partir dos dez anos escoliose idiopática do adolescente.
A escoliose ocorre tipicamente entre os dez e 18 anos e é normalmente “pega” nas triagens escolares ou nas visitas ao pediatra. O problema é que não temos esta triagem incorporada ao nosso sistema educacional, como no exterior. Portanto, os cuidados em casa devem procurar pistas como: curvaturas laterais da coluna, desnível dos ombros, uma escápula mais proeminente que a outra ou um quadril mais alto que outro.
Uma vez detectada a escoliose, o exame padrão ouro para diagnóstico e acompanhamento é o exame de Raios-X panorâmico que fornece o ângulo Cobb para quantificar em graus a magnitude da curva. Curvaturas a baixo de 20° precisam de acompanhamento e tratamento conservador (fisioterapia especializada), curvas entre 20° e 40° precisam de tratamento conservador e tem indicação a utilização de coletes (órteses) para estabilização e as curvas acima de 40° necessitam também de tratamento conservador e colete e podem ter indicação cirúrgica.
Se você desconfia que seu filho pode estar desenvolvendo uma escoliose procure um fisioterapeuta ou médico para realizar uma avaliação específica.
Texto adaptado pela fisioterapeuta Isis Navarro, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS