terça-feira, 7 de junho de 2016

Junho: Mês Internacional da Conscientização da ESCOLIOSE!


O mês de junho é dedicado a conscientização da escoliose pelo mundo. Diversas ações em saúde são realizadas em diferentes países, objetivando munir de informações, a respeito da escoliose, os portadores e seus familiares, bem como todos os profissionais envolvidos no tratamento desta patologia. Aqui no Brasil, podemos destacar a notável participação e fomento nas ações em saúde promovidas pelo Projeto Escoliose Brasil. O projeto é coordenado pela fisioterapeuta Patrícia Italo Mentges, e este ano realizará o 4º Encontro da Escoliose. O encontro é destinado a portadores, familiares, profissionais e demais interessados no lado humano da questão. Nós do Escoliose: Fique atento, salientamos a importância de eventos como este, no que tange a acessibilidade e divulgação de informações a respeito da doença. O  encontro, que já esta na sua 4º edição, acontecerá no próximo dia 25, no Rio de Janeiro e é uma iniciativa louvável do Projeto Escoliose Brasil. Ao longo deste mês o Escoliose: Fique atento irá abordar diversos assuntos referentes a escoliose idiopática do adolescente, falando sobre o que é a escoliose, a importância no diagnóstico precoce e as evidências mais atuais no tratamento conservador da escoliose e suas perspectivas futuras. Fique de olho! Escoliose: Fique atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS  

quarta-feira, 23 de março de 2016

Qual a melhor abordagem no tratamento conservador da escoliose?




À  medida que novas descobertas à respeito da biomecânica da escoliose foram feitas, surgiram também novos olhares, abordagens e técnicas para o tratamento não cirúrgico desta doença. Desde os anos 80 sabe-se que a escoliose é uma deformidade tridimensional, ou seja, acomete os três planos, sendo no plano frontal a inclinação, no sagital a extensão e no transversal a rotação. Desta forma, ao escolher as condutas do protocolo de tratamento é preciso estar atento para garantir que a proposta de exercícios irá contemplar a correção da deformidade também nos três planos, sem negligenciar qualquer um deles. As evidências cientificas mais atuais apontam que um programa de exercícios específicos para escoliose é capaz não só de evitar a progressão da curva, que é o primeiro objetivo do tratamento, mas também é eficaz na diminuição da magnitude da deformidade (Cobb). Um grupo de pesquisa italiano, pertencentes ao ISICO (Instituto cientifico italiano da coluna vertebral) desenvolveu uma abordagem de tratamento chamada SEAS que é a sigla em inglês de Exercícios Científicos no Tratamento da Escoliose. Neste método o paciente aprende a auto-manejar a doença através da auto-correção ativa da deformidade. Esta habilidade é trabalhada e treinada pelo fisioterapeuta e num segundo momento o paciente realiza os exercícios em casa de forma independente. A técnica estimula a consciência corporal, aprimora o controle motor e fornece mobilidade e estabilidade a coluna vertebral. A auto-correção ativa da escoliose foi "testada" por outro grupo de pesquisa, também italiano, e os autores encontraram um desfecho muito satisfatório, com importante diminuição da magnitude da curva (Cobb) e melhora na qualidade de vida. Compreender o raciocínio neurobiomecânico da deformidade faz com que o resultado alcançado seja o melhor. Procure um fisioterapeuta qualificado para fazer seu tratamento. Escoliose: Fique Atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS  

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Escoliose e o uso do colete


A Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) representa 85% do total de casos de escoliose e dentro deste grande número de portadores de EIA 80% são meninas. O tratamento não-cirúrgico consiste na realização de fisioterapia com exercícios específicos para escoliose, que já possuem comprovação cientifica da sua eficiência, e ainda a utilização do colete, que é um tipo de órtese. A indicação de uso do colete ocorre nos casos de curvas entre 20º e 40º Cobb e deve ser usado durante a fase de crescimento, onde o objetivo de sua utilização é prevenir a progressão da curva, que tende a aumentar com o crescimento. O tempo de uso diário do colete varia de acordo com o grau de severidade da curva, a flexibilidade da mesma e ainda o tipo de colete prescrito, podendo ser indicado utilizá-lo até 23 horas por dia. A combinação fisioterapia + colete, tem se mostrado eficaz na redução de curvaturas escolióticas e a abordagem fisioterapêutica pode ainda ajudar na aceitação do colete, através de exercícios que buscam aliviar os pontos de pressão gerados pela órtese. É importante chamar atenção para o impacto psicossocial que o colete pode gerar, tendo em vista que seu uso é indicado durante toda a fase de crescimento perdurando até a maturidade esquelética, ou seja, compreende o período da infância, pré-adolescência e adolescência. No entanto, é necessária compreensão e apoio dos familiares e amigos para tornar ainda mais aceitável esta ferramenta de tratamento, que em muitos casos é fundamental para se obter sucesso nos resultados. Atualmente existem dois tipos principais de colete disponíveis no Brasil, sendo eles o Boston e o Milwaukee. O colete Boston (TLSO) é apropriado para curvas com ápice abaixo de T9, ou seja, curvaturas toracolombares baixas ou lombares. O colete Milwakee (CTLSO) compreende a região cérvico-tóraco-lombo-sacra e é capaz de agir sobre curvas com ápice mais alto. Ao longo do tempo outras tecnologias em termos de coletes foram desenvolvidas como o colete Rigo-Chenêau ou o Sforzesco, ambos capazes de promover grandes correções da curva levando em consideração o aspecto tridimensional da escoliose (http://en.isico.it/scoliosis/the-sforzesco-brace). O colete ortopédico é uma peça chave no tratamento conservador da EIA e quando prescrito corretamente pode otimizar muito os resultados alcançáveis.

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Praticar um esporte pode piorar a Escoliose?


É possível estabelecer uma relação saudável entre esportes ou atividades físicas e a escoliose? Alguns pais e até mesmo os filhos, portadores de escoliose, temem realizar um esporte por acreditar que sua prática pode agravar a doença, aumentando o grau de inclinação da curvatura. Calma! Os exercícios realizados com frequência e intensidade adequadas podem ajudar a manter um bom condicionamento físico, o trofismo muscular e melhoram a qualidade de vida. A natação, por exemplo, auxilia no condicionamento cardio-respiratório, promove diminuição das tensões musculares através da temperatura aquecida da água, garante o fortalecimento muscular e mobiliza as articulações como um todo. Mas cuidado! NATAÇÃO NÃO TRATA A ESCOLIOSE. Ela deve ser usada como modalidade auxiliar no tratamento da escoliose que deve preconizar fisioterapia especializada com exercícios direcionados à deformidade. A equitação também pode agir positivamente, melhorando a força dos músculos do tronco e enriquecendo o equilíbrio, e assim como outros desportos, deve ser feita com orientação e conduzida de maneira adequada, pois pode acabar se tornando muito cansativa se mau administrada. É importante dar preferência para atividades simétricas, como dança ou pilates, para evitar qualquer ônus ao quadro escoliótico já instalado, evitando esportes assimétricos como esgrima ou tênis por exemplo. De modo geral, os esportes ou atividades físicas são bem-vindos, desde que bem orientados e ministrados de maneira consciente.

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Antes e depois: Veja o resultado do tratamento conservador


Os pais da paciente observaram assimetria na cintura e nos ombros de sua filha e procuram um fisioterapeuta para avaliar e acompanhar o caso. A escoliose apresentava inicialmente 18º Cobb e a proposta inicial era impedir o agravamento da curva e, se possível, diminuir sua magnitude.

O tratamento teve uma abordagem baseada em exercícios ativos de correção da curva escoliótica, auto-correção, alongamentos ativos e passivos e técnicas de terapia manual. A paciente iniciou o tratamento com 12 anos de idade em dez/2011 com frequência de 3x/semana, segue em acompanhamento 2x/semana desde 2013. As imagens mostram os exames de Raios-X inicial em 2011 e após 14 meses de tratamento. Após este período a curva diminuiu para 9º Cobb.

É notável a eficácia do tratamento conservador (não cirúrgico) da escoliose neste caso. Porém é importante ressaltar que esse tipo de tratamento requer adesão e paciência tanto do fisioterapeuta, que almeja atingir os melhores resultados no menor período de tempo, quanto do paciente, que anseia a melhora do funcionamento e da estética corporal.

Busque o diagnóstico precoce e trate! Não deixe para depois.
Mas lembre-se de que a reeducação da postura e do movimento deve ser sempre conduzida por um profissional qualificado. Escoliose: fique atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Quer saber se seu filho tem escoliose?


O exame tido como  padrão-ouro para o diagnóstico e/ou acompanhamento da escoliose é o exame de Raios-X, que expõe o paciente a doses elevadas de radiação ionizante. Sabe-se que os efeitos desta exposição, especialmente na infância e adolescência, podem ser prejudiciais à saúde, entretanto, é indispensável fazer um acompanhamento constante da evolução da doença, que em alguns casos pode progredir para tratamento cirúrgico. 

Visando atender à necessidade de técnicas de avaliação postural livres de radiação, diversos grupos de pesquisa vêm trabalhando no desenvolvimento de ferramentas alternativas para o diagnóstico de alterações posturais, como a escoliose.

Uma opção interessante é a avaliação por estereografia que, através de um método de projeção de luz e aquisição de imagem (fotografia), é capaz de fazer uma medição tridimensional do dorso do paciente. Esta forma de avaliação é rápida e segura, porém, por envolver tecnologia de ponta, ainda tem custos elevados para os padrões brasileiros. Alguns exemplos deste tipo de dispositivo, também chamado de topografia de superfície, são o ISIS2, o Quantec, o Formetric e o Vert3D.

A fisioterapeuta Isis Navarro, pesquisadora convidada do grupo Grupo de Investigação da Mecânica do Movimento, em parceria com a UFRGS e com a Miotec, está oferecendo avaliações gratuitas para crianças e adolescentes com suspeita de escoliose através de dispositivos livres de radiação. Se você tem interesse em ser avaliado ou desconfia que seu filho possa ser portador de escoliose, preencha o formulário neste link e entraremos em contato para agendar uma avaliação.
  
Não perca esta oportunidade. Escoliose: fique atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Seu filho já passou por algum tipo de triagem ou avaliação?


A detecção precoce da escoliose é sempre a melhor opção. Em algumas regiões já se adotou a prática das triagens escolares onde crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos são examinados por um profissional treinado. O exame é rápido e é feito através da observação da coluna na posição em pé e também com o tronco flexionado à frente. Esta conduta é chamada de Teste de Adams e procura visualizar assimetrias no tórax e/ou nas costas do indivíduo, que podem ser um sinal indicativo da presença de escoliose. Quando se verifica qualquer assimetria no Teste de Adams a criança é encaminhada para o médico que poderá pedir o exame de Raios -X para confirmar o diagnóstico e mensurar a magnitude da curvatura, ou ainda, poder ser encaminhada para um fisioterapeuta que procederá com uma avaliação postural completa e, se necessário, solicitará o exame de Raios-X.

Lembrando que o exame de Raios-X  para escoliose deve ser feito em ortostase (em pé) onde serão registradas imagens no sentido ântero-posterior e no perfil. Neste exame o principal indicador utilizado é o ângulo de Cobb que mensura em graus a magnitude da inclinação das vértebras.

Os médicos e fisioterapeutas dispõem ainda de outros recursos avaliativos como a avaliação postural propriamente dita, que pode seguir diferentes procolos, desde uma avaliação mais subjetiva e observacional, como proposto por Santos (2001), até avaliações mais quantitativas realizadas por biofotogrametria e analisadas por software, como proposto por Furlaneto (2012). O escoliômetro é outro equipamento simples e de fácil manuseio que também é capaz de fornecer informações a respeito da presença de escoliose e sua magnitude, mensurando a rotação vertebral em graus. Já existem, inclusive, aplicativos para smartphones que substituem o instrumento, facilitando ainda mais sua utilização.

Enquanto nosso Estado não adota esta prática, os responsáveis devem tomar a iniciativa.
Fique atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS