À medida que novas descobertas à respeito da biomecânica da escoliose foram feitas, surgiram também novos olhares, abordagens e técnicas para o tratamento não cirúrgico desta doença. Desde os anos 80 sabe-se que a escoliose é uma deformidade tridimensional, ou seja, acomete os três planos, sendo no plano frontal a inclinação, no sagital a extensão e no transversal a rotação. Desta forma, ao escolher as condutas do protocolo de tratamento é preciso estar atento para garantir que a proposta de exercícios irá contemplar a correção da deformidade também nos três planos, sem negligenciar qualquer um deles. As evidências cientificas mais atuais apontam que um programa de exercícios específicos para escoliose é capaz não só de evitar a progressão da curva, que é o primeiro objetivo do tratamento, mas também é eficaz na diminuição da magnitude da deformidade (Cobb). Um grupo de pesquisa italiano, pertencentes ao ISICO (Instituto cientifico italiano da coluna vertebral) desenvolveu uma abordagem de tratamento chamada SEAS que é a sigla em inglês de Exercícios Científicos no Tratamento da Escoliose. Neste método o paciente aprende a auto-manejar a doença através da auto-correção ativa da deformidade. Esta habilidade é trabalhada e treinada pelo fisioterapeuta e num segundo momento o paciente realiza os exercícios em casa de forma independente. A técnica estimula a consciência corporal, aprimora o controle motor e fornece mobilidade e estabilidade a coluna vertebral. A auto-correção ativa da escoliose foi "testada" por outro grupo de pesquisa, também italiano, e os autores encontraram um desfecho muito satisfatório, com importante diminuição da magnitude da curva (Cobb) e melhora na qualidade de vida. Compreender o raciocínio neurobiomecânico da deformidade faz com que o resultado alcançado seja o melhor. Procure um fisioterapeuta qualificado para fazer seu tratamento. Escoliose: Fique Atento!
Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e aluna especial do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano e pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC/UFRGS

