quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Mitos e verdades sobre a escoliose idiopática

Você conhece esta doença? Sim, a escoliose idiopática é definida pela Organização Mundial da Saúde como uma doença multifatorial da coluna vertebral.


Vamos conhecer algumas verdades sobre a escoliose:
  1. O termo idiopático é usado para descrever algo que acontece de forma espontânea ou desconhecida, a escoliose do tipo idiopática é a forma mais comum da deformidade e o maior número de casos é registrado na adolescência entre 10 e 12 anos.
  2. Escoliose idiopática não tem cura, mas tem ótimas opções de tratamento para os diferentes momentos da doença. A SOSORT, que hoje é a maior entidade no mundo para o tratamento conservador da escoliose, defende que curvas com mais de 5 graus devem ser acompanhadas, curvas acima de 10 graus devem ser tratadas com fisioterapia específica para escoliose, curvas acima de 25 graus recebem indicação do uso de coletes ortopédicos associado a fisioterapia e curvas acima de 50 graus tem indicação de tratamento cirúrgico.
  3. Em muitos casos o diagnóstico acaba sendo tardio e os pais se sentem culpados em relação a isto. A verdade é que não existem programas de conscientização a respeito da doença, tão pouco estratégias de triagens ou de diagnóstico precoce. O que acontece é que muitas vezes os pais acabam vendo seus filhos mais despidos somente no verão e por isso o diagnóstico acaba acontecendo tardiamente. Lembrando que o período de maior prevalência é na puberdade e é praticamente impossível para os pais fazer um exame das costas do seus filho nesta época da adolescência...
Agora vamos falar sobre alguns mitos em relação a escoliose:
  1. Escoliose idiopática não causa paraplegia, ou seja, seu(a) filho(a) não vai acabar ficando em uma cadeira de rodas por causa da escoliose. As formas mais agressivas podem evoluir mais rapidamente e atingir uma grande magnitude em graus, e se não tratada, pode ocasionar importantes limitações funcionais, mas não será capaz de gerar uma lesão estrutural a ponto de causar um sequela irreversível.
  2. Toda escoliose acima de 50 graus precisa de cirurgia? Na verdade levar em consideração a clínica e a vontade do paciente é fundamental no momento da tomada de decisão. Alguns pacientes não querem de jeito nenhum passar pelo tratamento cirúrgico e isto deve ser respeitado, na medida do possível. Investir no tratamento conservador associado ao uso do colete pode ser uma excelente alternativa para estes casos mais graves onde os pacientes se negam a fazer cirurgia.
  3. Natação é bom para escoliose? A natação não é adequada para tratar escoliose, é importante salientar que quando se fala em tratamento conservador existem 7 grandes escolas no mundo e o método SEAS, que já falamos por aqui, é uma delas. Além da natação não ser considerada uma forma de tratamento para escoliose, como muitos médicos sugerem, a prática do esporte pode inclusive aumentar o risco de progressão da deformidade. 
Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da UFRGS sendo pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Diagnóstico Precoce!






Você sabe qual a importância das triagens escolares para identificar a escoliose? O número de casos de crianças e adolescentes acometidos por esta doença da coluna vertebral é de 2,5 a 3,0% na população, sendo que destes 25% dos casos evoluem para tratamento cirúrgico. Vamos mudar esta realidade! A triagem escolar é uma maneira simples de identificar possíveis casos de escoliose idiopática e a partir daí procurar o tratamento necessário de maneira precoce, otimizando o prognóstico do paciente. O exame é muito simples e pode ser realizado por médicos, fisioterapeutas ou pelos profissionais da Educação Física. O Teste de Adams ou teste de flexão anterior do tronco, consiste em examinar as costas do paciente enquanto este dobra sua coluna para frente, o avaliador deve estar posicionado atrás do paciente e deve acompanhar com os olhos na mesma altura, à medida que o paciente faz o movimento de flexão do tronco. O resultado do teste será positivo quando o avaliador encontrar alguma assimetria nas costas do paciente, formando um volume maior em um dos lado, este sinal se chama gibosidade e é uma das características da escoliose. A escola do seu filho faz algum tipo de triagem? Você já examinou a coluna ou as costas do seu filho? Muitos casos evoluem rapidamente para curvas de grande magnitude e por isso acabam em tratamento cirúrgico. Vamos mudar esta realidade, olhe a coluna do seu filho e se perceber qualquer assimetria procure logo um especialista. Incentive que haja na escola um programa de triagem para identificação precoce da escoliose, quanto mais cedo for diagnosticado menores as chances de piorar e maiores as chances de sucesso com tratamento conservador. Escoliose: Fique Atento!


Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da UFRGS sendo pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC.

domingo, 21 de maio de 2017

Descubra o que é importante observar na avaliação do paciente com escoliose

A avaliação do paciente com escoliose idiopática deve envolver todos os aspectos da deformidade e suas repercussões. Ao longo da última década, muitos avanços intelectuais e tecnológicos, possibilitaram um olhar mais global sobre o processo de avaliação do paciente com escoliose idiopática. De acordo com a SOSORT (Sociedade de Tratamento e Reabilitação Ortopédico da Escoliose) a avaliação clínica é a prioridade de recomendação entre os experts da área para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes. Mas, o que devemos observar durante a avaliação para construir um diagnóstico adequado, quais são as ferramentas disponíveis atualmente e como isso pode interferir nas tomadas de decisão sobre o tratamentos deste pacientes. Durante muito tempo médicos e fisioterapeutas se detinham somente a medida do ângulo de Cobb, que trata-se da medida em graus da inclinação das vértebras no plano frontal, ou seja, visto de frente/costas. O ângulo permite observar somente um plano da deformidade escoliótica e expões os pacientes a doses elevadas de radiação ionizante devido a periodicidade de repetição do Rx. Além de possuir limitações metodológicas e oferecer prejuízos a saúde, a atribuição isolada do status da escoliose ao ângulo de Cobb pode resultar na negligência de alguns componentes fundamentas da deformidade. Uma característica importante das curvas escolióticas é a gibosidade, que é o volume posterior produzido pelas costelas quando as vértebras estão rodadas. A giba, frequentemente é a parte da deformidade que mais incomoda os pacientes, especialmente as meninas, que sentem-se assimétricas em relação as costelas que ficam volumosas na região anterior somente em um dos lados do tronco. O escoliômetro é um equipamento simples, capaz de medir em graus a rotação do tronco, fornecendo uma medida objetiva sobre o plano transversal da deformidade. A topografia de superfície, é um exame relativamente novo no Brasil, que permite reconstruir tridimensionalmente as costas do paciente através de um equipamento de tecnologia avançada. Na imagem fornecida pelo exame, é possível medir diversos parâmetros relativos a escoliose, nos 3 planos da deformidade. O exame é livre de radiação, podendo ser repetido sempre que necessário sem trazer prejuízos a saúde do sujeito avaliado. Existem ainda questionários relacionados a qualidade de vida dos pacientes com escoliose idiopática e escalas ligadas a percepção da aparência do tronco pelo próprio paciente. Todas estas possibilidades podem e devem ser exploradas durante a avaliação do paciente com escoliose idiopática, independente da ferramenta que será escolhida para encontrar os desfechos investigados. A construção de um bom diagnóstico é suportada pelas escolhas na momento da avaliação e darão embasamento para a tomada de decisão sobre as condutas mais adequadas para cada caso.
Escoliose: Fique Atento!

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da UFRGS sendo pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC.

domingo, 5 de março de 2017

Você já ouviu falar no Método SEAS?


O acrônimo SEAS que dá nome ao Método de tratamento significa Exercícios Científicos na Abordagem da Escoliose. Atualmente o Método vem ganhando força, pois diversas pesquisas comparando seu efeito com outras formas de tratamento evidenciam a superioridade dos resultados ao se adotar o Método SEAS. Mas afinal o que é esta abordagem? Tratam-se de exercícios fisioterapêuticos específicos para escoliose que visam a auto-correção ativa tridimensional da deformidade. O Método foi criado na Itália pelos fisioterapeutas Michele Romano e Alessandra Negrini, ambos fazem parte do ISICO (Instituto Cientifico Italiano da Coluna Vertebral) e afirmam que o método é embasado em mais de 30 anos de prática clínica, resultados robustos e intensa e rigorosa pesquisa científica. Os principais objetivos desta abordagem são: reduzir a magnitude da curva escoliótica, controlar sua progressão, otimizar os resultados do uso de órteses (coletes), retardar a progressão da curva (para escolioses progressivas) e nos casos mais graves e avançados, preparar o paciente visando alcançar melhores resultados no tratamento cirúrgico. De qualquer forma, o método se mostra ainda mais eficaz quanto mais cedo for iniciado o tratamento. Já falamos, mas vale lembrar, que o diagnóstico e tratamento precoces ajudam a garantir maior êxito no tratamento conservador e com o métodos SEAS não é diferente. Até este ano a formação no Método somente era ofertada fora do país, mas devido aos esforços do Projeto Escoliose Brasil, um dos centros de excelência no tratamento conservador da escoliose, neste ano teremos a primeira turma a se formar no método em território nacional. O curso acontecerá no mês de julho na cidade maravilhosa. A inciativa de trazer a formação para o Brasil é mérito da fisioterapeuta Patrícia Ítalo Mentges, diretora do Projeto Escoliose Brasil sediado no Rio de Janeiro. O curso terá duração de 3 dias intensos de aprendizado neste primeiro módulo e será ministrado pelos próprios criadores do método vindos diretamente da Itália.

Isis Navarro é fisioterapeuta, Sócia do Consultório de Fisioterapia e Pilates (https://goo.gl/yJAGh6) e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da UFRGS sendo pesquisadora convidada do grupo de pesquisa BIOMEC.